Foi realizado nos dias 11 e 12, no auditório da Reitoria, o IV Fórum de Ensino. O evento, que contou com a presença de dirigentes de ensino dos campi e de toda a equipe da Pró-reitoria de Ensino (Proen), discutiu as diretrizes para o Ensino Médio Integrado e a Resolução 059/2019 (RAD), além da organização didática.
“Contribuições significativas aconteceram ao longo desses dois dias e a educação profissional e tecnológica praticada pelo IFMT terá um ganho na perspectiva da aliança entre as pró-reitorias de Ensino, Pesquisa e Extensão em um trabalho de cada vez mais qualidade na educação pública que praticamos,” avaliou o pró-reitor de Ensino, Carlos Câmara.
Um dos pontos altos foi a palestra a “A Educação Profissional e Tecnológica na Perspectiva de Rede: ensino médio integrado e o currículo profissional”, ministrado pela pró-reitora de Ensino do IFAC, profa. Dra. Maria Lucilene Belmiro de Melo Acácio.
“Fizemos uma abordagem sobre as bases da educação profissional pra discutir com o grupo de gestores a integração curricular como um princípio da educação profissional. Isso tem um impacto, principalmente nos cursos de ensino médio integrado, uma das nossas grandes preocupações hoje,” explicou a pró-reitora.
Ela lembrou um movimento, que começou em 2014, de fortalecimento do ensino médio integrado e resultou na publicação de um documento intitulado “Diretrizes indutoras para a oferta de cursos técnicos integrados”. O documento foi aprovado pelo CONIF na Reditec de 2018 e divulgado para todos os institutos.
“Como o IFMT está passando por esse processo de discussão para aprovação no Conselho Superior, a proposta é que a gente discuta aqui a integração curricular como um princípio básico, compreendendo a grande articulação que há entre trabalho, ciência, tecnologia e cultura”, detalhou.
Integração curricular & Formação integral - A pró-reitora expressou a preocupação atual de que a revisão dos projetos pedagógicos do ensino médio integrado ocorra de forma que a integração curricular e a formação integral não sejam uma realidade.
“Hoje temos uma grande preocupação com a possibilidade de retrocesso nas discussões de currículo. Temos uma discussão de currículo que tem a integração como um princípio e nos vemos preocupados que essa possibilidade seja inviabilizada pelas reformas e pelo que está vindo do próprio Conselho Nacional de Educação. Então precisamos fortalecer essa oferta, fortalecer o entendimento do quer que seja integração curricular para que não fiquemos vulneráveis a qualquer entendimento que venha a ser posto”, ponderou.
Para a docente o grande desafio é compor uma formação integral, para além dos conteúdos disciplinares isolados, ampliando a discussão não apenas do currículo para um entendimento das relações entre os conhecimentos, o real papel da educação.
“A questão é como os conhecimentos das disciplinas técnicas se relacionam na formação do aluno. O desafio é sair das caixinhas de cada disciplina e entender como esses conhecimentos, necessários ao estudante, podem compor um todo, uma formação numa perspectiva integral, ou seja, da pessoa, do profissional, do cidadão. É um olhar sobre a formação da pessoa como um ser biológico, social, físico, emocional. E hoje a gente teme que essa discussão seja deixada de lado. Precisamos tirar as bandeiras partidárias da mesa e discutir educação, que tipo de sujeito queremos formar e que tipo de sociedade queremos”.